Esfera... Entendimento e equilíbrio, razões primordiais de uma grande busca interior, caminhar de encontro ao todo... Estar presente agora e sempre...Sem quinas, nem esquinas...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Fio da meada


Sinto os farrapos,

Ando , mexo, encaixo e desencaixo.

Em nós e desabafos,

Em erros e laços me desfaço.

E então como é que eu faço?

Se for desenrolado o fio que me embaraço...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Liberto

Quando o sentido me põe a agir, posso ser livre, posso ser aquilo que tanto reprimo. Posso olhar com meus dois olhos e ouvir com meus dois ouvidos. Posso me arriscar e não me culpar se errar. Posso absorver o bem dos meus pensamentos e me contrapor ao destino frio a que me condena o só pensar... Posso ensinar sem determinar o limite daqueles que comigo aprendem e resgatar a fé na capacidade alheia e minha própria. Posso sentir sem julgar e só simplesmente saber o que vai além... Posso ser capaz de me movimentar com leveza e atitude. Posso me envolver com a vida e saltitar com meus pés leves e livres das amarras da ilusão, pois o que é sentido, é então solto como plumas ao vento, entendido pela clareza dos meus pensamentos... Posso intuir sem me chocar e saber à flor da pele e pêlos o que me toca a alma...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Fóssil


É o esqueleto uma estrutura rígida, porém de componente tênsil, de aparência feia, porém articulada. É a base de tudo, estrutura e sustentação. Dentro dos ossos vida , produção de sangue. O ínicio, o primitivo. O que se forma em primeira instância. A costela de Adão... O que dá forma. Criar carne seria dar a esta estrutura movimento e função, pois são os músculos que permitem mover a estrutura, que permitem amplitude de movimentos. Criar carne seria como tornar-se maleável às solicitações da vida diária e permite atitudes e reações da rede nervosa que responde aos comandos do "centro" (cérebro). Criar carne dá o sentido necessário à base sólida, à essência... Em contra partida, o esqueleto só se mantém ativo, tênsil e em constante renovação se submetido à impacto, que só é permitido pela própria carne, os movimentos que causam o impacto. O impacto causado pelos músculos, através dos movimentos alimentam a base sólida. Então o que era primitivo se renova e se molda às atividades solicitadas, de acordo com as necessidades e atividades de cada um. O esqueleto e a carne, um necessário ao outro, um pelo outro, um sem o outro não faz sentido, não funcionam... Pensando nisso, simbolicamente falando, o que seriam os músculos e o esqueleto? E o termo criar carne , significaria então, dar sentido à sua essência, ser maleável em sua estrutura, dar sentido às suas intenções de movimento ? Que a base seja sólida para sustentar os impactos, que estes alimentem uma constante renovação, que os movimentos sejam intencionais e maleáveis guiados por força, sentido e determinação?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Despertador


Não precisamos ser iguais, não somos. Não precisamos concordar em tudo, as divergências é o que nos aproxima... Não precisamos dar tempo ao tempo, isso é ilusão, se o tempo que nos afasta acabar por nos reaproximar, retornaremos do mesmo ponto. E então haveremos de ter aquela conversa que só foi adiada ? Se os sentimentos que nos uniram forem verdadeiros, eles não morrem só porque tivemos problemas, então no que o tempo poderá ajudar? Pode o tempo recuperar o que ficou para trás ? Pode o tempo romper o laço que ele mesmo apertou? Pode o tempo deixar no passado o que ele mesmo carregou para o presente e enfim terminar por encerrá-lo no futuro ? Pode o tempo servir de remédio para feridas mal entendidas? Será o tempo mais capaz de resolver os problemas que a própria solução ?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caminhando


Dia após dia a vida acontece, devagar devagarinho a evolução movimenta. Caindo e levantando vou indo. O dia nasce, a noite vem e eu vou crescendo. De dor em dor, de descoberta em descoberta, de alegria em alegria vou em frente. Com medo seguindo vou... Caminhando, buscando, sentindo. Protesto, reclamo, me engano. Erro e acerto. O coração transborda, a vergonha aparece. A estrada se afunila, mas caminhando vou... Tropeço, salto , caminho... Este ser tão abatido, tão dolorido... Me viro para um lado, vejo, viro para o outro, estremeço. Os sentimentos intensos me envolvem. Amadurecendo, fortalecendo, criando raíz... Vou... Chorando... Vou... Não quero parar , não vou descansar, não tenho mais como voltar. Seguindo meu caminho vou... Comigo mesma encontrar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

" En Frent Ar "

Lágrimas rolaram. A pele matou sua sede e os olhos lavaram-se. O coração inquieto regurgitou todo seu sangue e o corpo inteiro alimentou-se. A respiração profunda limpou suas narinas e os soluços descolaram seus alvéolos. A dor e o sofrimento ressuscitaram sua alma e preencheram seu vazio. Seu interior inundou-se derramando toda sua tristeza. A medida que as lágrimas brotavam como fontes d’água, preenchiam suas olheiras fundas . Um suave e breve sussurro de paz invadiu seu interior iluminado pelo enfrentamento de suas dores...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Inteiro


Ela era a dúvida, ele a certeza. Ela era o problema , ele a solução. Ela era a guerra, ele a paz. Ela era a culpa , ele a absolvição. Ela o lobo, ele a ovelha. Ela o pecado , ele a rendição. Ela a destruição, ele a salvação. Ela a fraca, ele o forte. Ela o feio, ele o bonito. Ela era a sombra, ele a luz. Ela todo o negativo, ele o positivo. Ela o frio do inverno, ele o calor do verão. Ela a lua, ele o sol. Ela a lágrima, ele o sorriso. Ela o mar, ele o céu. Ela o fogão, ele a cozinha. Ela o açucar, ele o sal. Ela a terra , ele a semente. Ela o amor , ele o suor. Ela se entregara a vida, ele à morte. Ele as palmas unidas, ela a oração. Ele a brisa serena, ela o vendaval. Ela a delicadeza , ele o bruto. Ela mergulhava um coração, ele a mão. Ele o norte, ela o sul. Ela brilho nos olhos, ele a pálpebra. Ela a pele de seda, ele os pêlos. Ela o pássaro cantador, ele a música. Ela o ritmo dos sinos, ele o som de tambor. Ela os pés descalços , ele os sapatos. Ele o dia, ela a noite. Ela falante, ele ouvinte. Ela a dança, ele o ritmo. Ela lá dentro, ele lá fora. Ela o rio, ele o barranco. Ela a idéia, ele a relização. Ele a cabeça, ela o coração...