Esfera... Entendimento e equilíbrio, razões primordiais de uma grande busca interior, caminhar de encontro ao todo... Estar presente agora e sempre...Sem quinas, nem esquinas...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Assistindo...


A visão estática que olha além... A audição apurada que ouve exatamente o que não foi de fato dito... O raciocínio rápido que monta as peças e fecha o quebra -cabeça... Basta para ver e ouvir a mania explicíta de falar e falar ... Para comprovar aquilo que se quer...Um demonstrador da superficialidade humana... Fala o que quer, faz o que não fala e demonstra sempre o contrário... As ações, meu chapa, te condenam... Desorganiza você mesmo e me ensina o quão importante é ser diferente... Assistir é compensador... Faz avaliar o meu eu passado e me mostra que o meu eu presente é bem melhor... A vida ensina e quando menos se espera as portas se fecham e as possibilidades se vão...O fato , então, é que você não me engana mais... Fala bonito, em alto e bom tom, eu escuto, presto atenção e te digo que me ensina tudo que posso relembrar sobre o que é ser mentiroso e falso... Faz cara de bonita, cara de alegria, risos ... Quanta meiguice, minha querida! Quanta burrice, minha querida ! Toma água suja e faz cara de quem matou sua sede com a água mais pura que pode existir... Com um rojão na mão , suspira enquanto corre com seus dedos , seu cabelo... Serve bolinhos podres e espera que eu os coma?! Sem a menor compostura e educação, encerra com desagrado tudo aquilo que lhe incomoda... É meu chapa... Fizeram suas escolhas e eu que já fui tola , sei bem que escolha fizeram...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Contento


O sol brilhava no azul do céu . O dia celebrava sua luz e o vento soprava leve como pluma. Sua morada fria e escura se tornara um calabouço. Da janela da sala uma fresta de vida iluminava seu rosto, velho e pálido. Sua pele sentia o calor da luz vinda da fresta. A pequena e breve sensação satisfazia sua existência.

Filho das Sombras


Como um andarilho caminha sem destino. Corre o mundo a esperar tudo ou nada. As avessas penetra o interior das pessoas. Recorre à um rio turvo para matar sua sede. De orgulho semeia a tragédia. Em campo santo constrói penumbra. Escurece brilho nos olhos e cala palavras doces. Como fim de tarde entorpece o sol. Sua fúria vasculha lixo e pó. Lança chama em brasa de lenha e ensurdece ritmos harmônicos. Deseja frio e escuridão para suas armas recarregar. Perdido no olhar, profano ao ouvir, feroz ao julgar... Como encantamento cisca sua força e rouba seus pensamentos. Como assopro apaga sua luz. Despede-se das virtudes e amarga alimento sagrado. Vive mudando, de lugar em lugar... Vive fugindo, se esgueirando... Escondendo fumaça e semeando armadilhas...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Laranjas


Buscava sonhos de azul, sonhava em tons de amarelo e dormia pensando nos vermelhos. De dia pensava que era de cor verde e se alimentava de laranjas. Seus lábios proferiam palavras doces em tons nude. Durante a noite pintava seu rosto de rosa e se encantava com a cor púrpura dos vinhos. A medida que o tempo passava seguia colorindo de fantasia sua tristeza e sua existência. Mais que podia, tentava disfarçar para sempre sua sombra escura.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Alma Inspiradora


Por aqui passo, por aqui vou me soltando. Quando aqui sento , me aqueço. Se aqui escrevo , me entendo. Se por aqui me desfaço, por aqui me refaço. Por aqui me desperto, se aqui me despeço. Me despeço das regras, me apresento a vida... Se aqui dentro do peito sinto, as palavras vão fluindo... Não falo do que quero , não meço palavras, elas brotam... Cada momento por aqui é único e nunca é igual... Se penso em algo para escrever, já sei que falarei de tudo que eu nem sei, mas jamais do que pensei... De conto em conto vou navegando um mundo inigualável e tão imenso... É por onde eu penso de forma diferente, tão atraente. O sentir aqui é intenso e súbito de emoções, toco um lado profundo, sem vergonha de ser um poço fundo... Um amontoado de palavras à espera de liberdade... Quando acontece, algo se remexe, se renova , me concerta , me alerta... E não são só pontas de dedos, são o centro de minhas entranhas, que de tão estranhas, me fascinam... A medida que vou seguindo poço adentro, mais de mim vou descrevendo... Mais vou conhecendo... As surpresas são sem fim, quanto mais perto chego a mim... Um poço de reservas , reservas de mim mesma... Coisas que eu guardei, coisas que vi, que entendi, coisas que senti, que escondi, coisas das quais já me envergonhei, coisas pelas quais me apaixonei, coisas pelas quais já me enganei... Coisas que sonhei, desejei... Coisas que esqueci... Coisas que eu nunca imaginei que soubesse... Símbolos que descrevem meu mundo, mas que de uma forma muito delicada e encantadora pode servir a qualquer um... A reciprocidade é comum... Hoje chego a conclusão que é tão simples , então, me fazer ser o que sou e tão simples me fazer feliz ... Me deixe por aqui, me dê caneta na mão e um tempão... Permita-me falar com as letras tudo que sinto, assim existo... Assim sou aquilo que realmente sinto, parindo por escrito, abro minhas portas e suspiro : alma inspiradora de mim mesma !


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Já vem os 30...

Já pensei ser um anjo, já pensei ser o diabo... Já pensei que era doce , já pensei que era amargo... Já pensei ser assim, já pensei ser assado... Pensei que era uma flor e confundi seu odor... Pensei ser uma velha e já pensei ser uma criança... Pensei na vida agora, pensei na vida depois... Pensei que falava português e descobri que falo chinês ! Já confundi o passado com o presente, já coloquei o futuro entre eles... Já misturei tudo e já separei novamente...

Já andei para frente e acabei de correr para trás... Fui fundo e já voltei, assim que voltei fui fundo outra vez ! Já limpei raspa de tacho, tomei a última gota da cuia... Pensei que enxergava o óbvio, mas descobri que enxergo o improvável... Sabia que era sabiá, mas não sabia cantar... Como cachorro sem dono , encontrei meu lar... Já joguei tudo para o alto e já saltei para ir buscar... Pensei que tinha nada, descobri que tenho tudo... Passei correndo em tempo de chuvisco e já parei em tempestade... Já ouvi som de guitarra, dancei som de tamborim... Já corri do escuro do quarto e quantas outras vezes me escondi dentro do armário... Brinquei de roda e acabei no esconde-esconde... Já quis ser patinho feio , já quis ser um cisne... Já vi o fim, já vi um começo... Já sabia o que era preto e branco e encontrei as cores do mundo... Pensei que já fiz muito, descobri que não tinha feito nada... Já ri de tanto chorar e já chorei de tanto rir... Já me tranquei , já me abri... Já dormi em doce pluma e acordei em bruma... Já gritei para ser ouvida, já me calei para ser entendida... Já me disseram que era linguaruda, já ouvi que era calada demais... Já pisei em ovos e caminhei em terra firme... Pensei ser o frio do inverno, descobri calor interno... Já me senti protegida, já me senti à flor da pele... Já pensei ser bonito o feio e já pensei ser feio o que era bonito... Já empaquei feito uma mula, já cavalguei como um cavalo... Já pensei ser águia e voei como urubu... Já adormeci chorando, já acordei sorrindo... Já pensei não entender nada, já senti entender tudo... Já peguei jacaré na praia, já mergulhei em alto mar... Já fui pequena , já fui grande demais... Já pensei ser a levada da breca, já pensei ser a acanhada do brejo... Já tantas coisas, já tantas outras... E tantas mais estão por vir...