Esfera... Entendimento e equilíbrio, razões primordiais de uma grande busca interior, caminhar de encontro ao todo... Estar presente agora e sempre...Sem quinas, nem esquinas...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cair na real...


Desejei descer das nuvens... Tive um voo trôpego... Cai bem em cima da minha ferida... Mesmo sangrando me senti mais feliz... Tropeçando nos meus próprios calos, sigo ... Aqui em baixo tem pouca gente... Quase ninguém... Todos os outros, com os quais convivo, ainda estão lá em cima... Fiquei só... Porém posso sentir minhas asas... Posso ver minhas penas e minhas patas... Cheguei a ver minhas garras... Já senti que me feri... Muito... Estou melhor aqui, na "terra"... As vezes ainda me pego olhando para as nuvens... Sei o conforto que há por lá... Mas toda a maravilha do mundo verdadeiro está aqui... No chão... Sim, agora entendo a lei da gravidade e o porque da sua existência... Tudo deve ficar aqui, com os pés no chão... O voo pode acontecer, mas só depois de pisar aqui... Ai podemos ir e vir... Arriscar voos mais altos... Chamo de voo a libertação, seguir seu próprio caminho e sua direção, movimentar, transformar... Isso nos faz voar de um ponto a outro, no fim de cada voo estaremos de volta em algum outro ponto da "terra"... Não há forma de construir nada nas nuvens... Descobri que qualquer pessoa pode possuir asas... Na maioria está escondido, mas está lá... As minhas estão querendo sacudir...


Renata Giosa

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Baila-me


Vou dançar outra vez... Me preparo para descobrir a dança em mim mais uma vez... Vou vasculhando aqui dentro onde ela está... Sinto que a encontrei... Está na forma de amar, está na pureza do ser encontrar... Vai e vem como a vontade calada de reviver a alma da dança de uma vez... Fecho os olhos e vejo que passei a infância dançando aqui dentro... E como dancei... Passei longas tardes bailando... Lembrei que dancei com ninguém, mas dancei com alguém... Alguém que sempre se expressou como ninguém... Esse alguém é parte de mim que dança toda vez que minha expressão consciente se cansa... Muito mansa não me faz pensar, somente amar a sensação que dá... A busca por um instante de encantamento... Precisei tanto disso e era tão bom... Quanta leveza há aqui atrás, quanta força pode aparecer em um momento de paz... Nesta hora, bailando, escuto todas as suas vontades, que são minhas, mas parecem que vem de um outro lugar... Escuto um som profundo que me mostra seu, meu, próprio ritmo... Não preciso nem de música... A música toca lá, aqui , dentro... Não existe coreografia melhor que a montada sem contagem, fazer aquilo que dá vontade, seguindo esse ritmo interior... Acho que é aí que começa a ser montada uma bela coreografia... Um espetáculo dentro de mim, havia me esquecido... Foi bom lembrar e principalmente sentir outra vez ... A dança que revela o interior de "alguém"... Um dia dançava leve como uma pluma, outro dia dançava com uma força de leão... Vou seguir seu, meu, ritmo, escutar sua, minha, música... Ao som interior ser dom... Baila-me!!

Renata Giosa

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Força


Não deixe pra lá,
O que te faz chorar,

Não deixe ir,
O que te faz rir,

Não deixe de amar,

O que te encantar,

Não deixe morrer,
O que te faz crescer,
Não deixe apagar,

O que te ilumina o olhar,

Não deixe de estar,
Onde seu coração mandar,
Não deixe de fazer,
O que te faz renascer,
Não deixe pra trás,
O que te faz capaz,
Não deixe de viver,
Isso te faz ser!


A força interior deve estar presente, sempre... Por onde quer que nós tenhamos que caminhar... Tudo parece muito difícil quando não se entende a força, quando a usamos de "mentirinha"... Olhar para si mesmo tentando entender o que se é, depende de muita força... Sustentada por muita fé...
Renata Giosa

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Fim?!



Deixar ir... Tudo tem um começo e tudo tem que ter seu fim... Vou deixando esse fim , então, chegar... Sinto sua proporção... É para o bem, mas pode romper a voz de alguém... Tudo é esperado, como se eu já soubesse... O nó da garganta é fato, é sentimento, é o que é: real! Foi um processo lento, amargo, porém jaz doce... Com a certeza de que participei de seu todo, deixo rolar suas águas para seu alento... Já não sei mais o porquê de tanto medo, me apavorava a um tempo atrás, hoje vejo que o medo me faz fugir e ao mesmo tempo me faz correr em direção a seu próprio curso... Em direção à concretização do fato temido... Isso gera força de alguma forma. Força para enfrentar os medos sem fugir deles e seguir... Nada na minha história pode ser deixado de lado, deixar o fim chegar não significa esquecer, há sempre o que ficar... No seu devido lugar, sem dor... Há sempre muitos frutos, riquezas à guardar... Conversas à fio, doações sem fim... De parceria, de "deite sua cabeça em meu ombro e só se faça chorar"... Pessoas essas que com toda certeza irão ficar... Lembranças de "gente" que mal conheci pelas suas vidas afora deste lugar, mas que me permitiram vê-las no brilho sincero dos seus olhos e para as quais me permiti ser vista no mesmo terno olhar... O relacionamento entre pessoas não precisa de nomes ou títulos, podendo chamar do que quiser , ele só existe se ouver doação real, se houver ouvidos para ouvir e ser ouvido, ter olhos para ver e ser visto, ter palavras para dizer e serem ditas e muitas vezes calar, silenciando o que entre nós foi mais que entendido... Isso fica... O fim pode não ser só um fim, deve ser sempre um recomeço, um salto para uma realidade melhor, um movimento... Então, "pássaro", vamos voar?!

Renata Giosa

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Fazenda


Ventos bons quando sopram nos levam à realidade primórdio da face terrestre ... Primitivos seres sobre pastos... Pastos se perdem aos olhos humanos... Tempos de graça ou tempos de caça? À seu gosto... Caçados fomos, pela beleza da mãe terra... Houvera dias mais calorosos e intensos que os passados na"terra"? Vastos pastos se movem ao vento e em nós vão crescendo... Como se inspirássemos o ar que alimenta a alma dos que reconhecem sua existência... Parados em admiração louvamos o que a natureza mais nos ensina: movimento... Nada por lá está em estagnação... Tudo em constante transformação... Quando a noite cai o céu irá nos encantar... Estrelas a brilhar pela escuridão ... Estrela cintilante correndo pelo céu... Era cadente e parecia urgente à nos fazer suspirar com tamanha imensidão... Luzes do alto, cortina negra com pontos brilhantes nos fazem vibrantes... Fogueira lá em baixo ilumina o sereno que sopra do vento... Os lobos á uivar nos lembram a vida selvagem que existe por lá... E existe cá, valeu para lembrar... Dividimos maravilhas, desfrutamos da profundidade que só a natureza pode nos dar... Cavalo à montar, medo à sanar, paciência... Me ponho a chorar... E quem vai me salvar? Eu mesma com força e persistência... Paciência médica também ajuda... Ah ! Se eu pudesse falar... Iria gritar ! Valeu, valeu muito... Um reduto de paz, pode remexer o sombrio que jaz... Assim despertar a fera voraz!!! Ai, ai, ai, Guatambu, senti na pele a dor e o prazer de em suas sombras "deixar morrer"... Jamais esquecerei de ti... E quem irá entender ? Aquele que em si renascer!!!
Renata Giosa

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Feiticeira



Estar só... Parece algo triste, frustrante... Nem sempre é... Pode ser infalível... Se não posso reconhecer , ainda, o que dentro de mim é, não vejo como dividir com alguém... Como me doar de forma íntegra? Se para estarmos juntos e não só, é necessário compartilhar, como se compartilha o que não se reconhece? Hoje compartilho descobertas e dúvidas, já é algo que se reconhece? E aqueles que não se reconhecem em nada, também não compartilham? Infalível porque se entende que somente só, pode se reconhecer... E somente se reconhecer, pode se compartilhar... Vasculhar só, podendo compartilhar pode ser inspirador... Complexidade imperativa...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mutante

Deprimente ser incompreensível e previsível que reza à sua própria sorte , como apegado ao desleixo e ao medo de sua própria existência. Insignificante ser compreensível e previsível que rouba seu próprio amor em prol à ignorância. Divino ser compreensível e imprevisível que sabe sua própria verdade e confia no guia interior dos seus próprios passos. Deixaimos descobrir o ser deprimente incompreensível para podermos sentir-nos ser insignificante compreensível e enfim sermos o divino ser imprevisível de acordo com sua própria verdade, dentro da sua mais estupenda realidade.